22/08/2023
Política

Área arrematada por Carli em leilão traz Ouvidor do Incra a Guarapuava

Da redação –  Um ouvidor do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) deverá estar em Guarapuava nesta quarta-feira (12) para tentar encontrar o prefeito Fernando Ribas Carli ou um dos seus advogados particulares.

A Ouvidoria do Incra  vai tentar uma negociação com Carli sobre o impasse que paira sobre uma área de terra arrematada por Carli em leilão judicial realizado em 2009 e sobre a qual paira um conflito fundiário. 

O terreno que pertencia à empresa Elias J. Curi, localizada às margens da BR-277, no Rio das Pedras, foi ocupado por 30 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) em 19 de abril de 2007. De lá para cá, segundo o Centro Missionário de Apoio ao Campesinato – Antônio Tavares Pereira (Cempo), o Incra está negociando a aquisição deste terreno com a Fazenda Nacional, para a colocação definitiiva das famílias que vivem no local, sob o sistema de assentamento.

De acordo com a Cempo, entretanto,  a juíza do Trabalho em Guarapuava,  Marieta Jesus da Silva Arretche expediu mandado de emissão de posse da área a Carli, recentemente.

Mas o que o Incra e o Cempo questionam é como a área foi a leilão se há  conflito fundiário e discussões sobre sua posse junto aos órgãos competentes, o que impediria que a área fosse leiloada.
Outro fator que para o Cempo é confuso no  mandado de emissão para a reintegração de posse  é a localização do imóvel. "Se no documento fala-se em rodovia BR 227 KM 142, a área ocupada pelo MST está localizada entre os KM 331 e 333", observa a Cempo.
Além disso, dentro de aproximadamente um hectare da área leiloada existe um lixão a céu aberto, que durante muito tempo foi utilizado pelo município e hoje está desativado e até agora, em nenhum  momento, há informações de que a Prefeitura tenha tomado alguma medida de proteção contra os impactos ambientais causados na área.
Segundo o Cempo, a Ouvidoria do Incra e o próprio Centro Missionário tem tentado contatar o prefeito ou seus advogados, mas sem êxito. "Já telefonamos, já fomos pessoalmente e nenhuma resposta nos foi dada até agora. O mesmo acontece com o Incra.", disse Valéria Trediger (Cempo).

O que o Centro Missionário teme é que haja uma desocupação oficial envolvendo a polícia sem que as famílias sejam avisadas. "Tememos por violência, como geralmente acontece em casos de desocupação", diz Valéria.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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