22/08/2023


Política

Marina critica radicais e defende plebiscito sobre aborto e maconha

"Um primeiro momento da indignação sai muitas vezes como um berro de protesto", diz Marina

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Marina Silva (Foto: Reprodução)

Aos 60 anos, Marina Silva tenta, pela terceira vez consecutiva, eleger-se presidente do Brasil. Nas eleições de 2014, acomodada de última hora no PSB, chegou a figurar no topo das pesquisas, mas acabou em terceiro lugar. Hoje candidata pela Rede Sustentabilidade, legenda que criou em 2015, enfrentará condições precárias: aparições-relâmpago de oito segundos na televisão e direito a uma ínfima parcela da verba pública destinada a financiar as campanhas eleitorais.

Em segundo lugar nas pesquisas, Marina acredita que a indignação popular, consequência dos escândalos de corrupção, terá peso fundamental nestas eleições, mas diz desejar que esse sentimento não “ceda ao radicalismo”. Para a ex-senadora, as intenções de voto atribuídas a seu principal oponente, o deputado Jair Bolsonaro (PSL), são expressão de protesto que tende a arrefecer quando as pessoas perceberem que “saídas mágicas para o Brasil não têm base na realidade”.

À repórter Marcela Mattos na Veja, em reposta à pergunta: Em que medida a crise política do Brasil tem relação com o apoio de parte do eleitorado a um candidato com o perfil radical de Bolsonaro?, a resposta da presidenciável foi:

“A sociedade está indignada. Não consegue mais aceitar que o dinheiro que deveria estar indo para uma creche está sendo desviado pela corrupção. Um primeiro momento da indignação sai muitas vezes como um berro de protesto. Mas ninguém fica berrando o tempo todo. Chega uma hora em que a consciência sussurra mais alto, e as pessoas começam a perceber que as saídas mágicas não têm base na realidade”.

Um assunto árido para Marina, que é evangélica, porém, surpreende pelo bom senso. A repórter questiona como o fato de ser evangélica influencia sua avaliação sobre a descriminalização do aborto e da maconha? Marina diz que que o aborto envolve questões de natureza ética, de saúde pública e religiosa.

“Defendo para esse tema, assim como para a descriminalização da maconha, que se faça um plebiscito. Esse é o caminho de ampliar o debate. Não se resolve o problema das drogas e do aborto rotulando alguém de conservador ou fundamentalista. Nós não queremos que mulher alguma tenha uma gravidez indesejada. Qual é a melhor forma para chegar a isso? Debatendo”, responde.

Cristina Esteche

Jornalista

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