Faltando poucas horas para a convenção do PDT que homologaria a candidatura de Osmar Dias ao Governo do Paraná, o pedetista desistiu da sua candidatura ao Governo do Paraná. A decisão foi tomada após ponderações feitas por Osmar com a família na manhã desta sexta feira (3), segundo informações de uma fonte da cúpula do PTD estadual, ao Portal RSN.
“Ele [Osmar] está muito abalado com a traição, com a apunhalada que levou nas costas, quando o seu irmão [Álvaro Dias], mais uma vez lhe deu as costas”.
Álvaro Dias não subiria no palanque de Osmar Dias, uma vez que já anunciou publicamente o seu apoio a Ratinho Júnior (PSD), no Paraná, ao compor com o PSC em nível nacional. Esse partido compõem a base aliada de Júnior. Outro agravante que pesou na decisão de Osmar foi a diferença financeira durante a campanha.
“Ele contaria com R$ 3,5 milhões do Fundo Partidário e lutaria contra duas máquinas financeiras no Estado, uma governamental e outra empresarial”.
Hoje a legislação limitou o teto de gastos de campanha para o governo estadual em R$ 9,5 milhões. A falta de partidos aliados para compor uma aliança e o tempo reduzido no horário da propaganda eleitoral gratuita também compõem o cenário desfavorável ao pedetista. ”
Mesmo assim, sem ter nada, o Osmar estava em segundo nas intenções de votos do eleitorado paranaense. É uma pena esse potencial de votos ficar fora da disputa”.
Ainda nessa quinta (2) a decisão de Osmar já estava sendo desenhada, tanto é que o comunicado da sua desistência foi escrito na tarde de ontem, segundo informou a fonte da Executiva Estadual ao Portal RSN.
Em Carta Aberta aos paranaenses, Osmar faz o comunicado oficial. Ainda não há informações se o pedetista sairá candidato ao Senado Federal na chapa liderada por Ratinho Júnior, ou se desistirá da política.
A NOTA
“Reorganizar o Estado, acabar com o loteamento de cargos, romper com um modelo de governo em que impera o compadrio, a nomeação de pessoas sem qualificação, sem capacidade, libertá-lo dos vícios do patrimonialismo e combater com rigor a corrupção que contaminou as instituições públicas, recuperando o respeito e a confiança da população nas autoridades.
Coragem e determinação para isso foi o que demonstrei em toda minha caminhada.
Durante meses a fio lutei incansavelmente para construir uma frente política que não me deixasse só numa batalha desejada por toda a sociedade.
Encontrei muita gente, nas ruas e nas estradas, sintonizadas com essas ideias, exigindo que as mudanças sejam feitas para não permitirmos que o Paraná e o Brasil sejam empurrados para uma crise ainda mais profunda.
Mas percebi que o sistema político sem reformas não aceita na prática o discurso de mudança que todos os políticos pregam em época de eleição.
Por ingenuidade ou excesso de confiança acreditei que como eu os políticos de todos os partidos haviam compreendido o momento grave que estamos vivendo.
Não cedo jamais em valores e princípios. Aceito discutir e construir alianças políticas que sejam para atender o interesse público. Mas não negocio com o interesse público, não faço acertos perniciosos à sociedade para contemplar pessoas ou grupos políticos que não medem consequências nem custos para ter o poder e repartir suas benesses com amigos e parentes.
Não agrido minha consciência em troca de tempo de TV, ou de apoio com base em barganhas escusas ou apoios hipócritas.
Política não pode ser um jogo dominado por sentimentos e paixões negativas como vaidade, inveja, pensamento medíocre.
Não aceito fazer parte disso!
Prefiro preservar minha história de trabalho e ter dignidade e respeito à minha família e amigos e às pessoas que verdadeiramente gostam e acreditam em mim.
Por isso, comunico que não disputarei as eleições em 2018.
Peço a compreensão e o apoio a essa difícil decisão que é definitiva.
Agradeço sinceramente o carinho que sempre recebi dos paranaenses e, peço que Deus nos conceda suas bênçãos para que tenhamos um futuro melhor para o nosso Paraná”.