22/08/2023
Política

Movimentos religiosos e sociais discutem a instalação da cultura da paz

Da redação (com assessoria da ALEP) – Representantes de diversas religiões e movimentos sociais participaram nesta sexta-feira (18), na Assembleia Legislativa, de uma audiência pública que discutiu a implantação do Movimento Cultura da Paz no Paraná. O movimento faz parte de uma rede que integra indivíduos e comunidades de diversos países na busca por uma sociedade global e justa.
Durante a reunião, proposta pelo deputado Péricles de Mello (PT), foram colhidas propostas para a apresentação de um projeto de resolução que determine a instalação do Conselho Parlamentar pela Paz no Paraná. Composto por 12 parlamentares e 24 representantes dos setores religiosos e sociais, o conselho terá o objetivo de formular diretrizes, sugerir medidas e ações governamentais que fortaleçam a democracia, o respeito aos direitos humanos, a preservação do planeta, a redescoberta da solidariedade entre os povos e o estímulo ao diálogo.
O projeto de resolução prevê ainda a criação de um prêmio anual e a Semana da Paz no Paraná que será comemorado na semana do dia 21 de setembro, proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Paz.
“O movimento pela Cultura da Paz vem se firmando em todo o mundo. Precisamos pensar em ações que possam sanar os maiores problemas existentes hoje na sociedade, que são a violência e a intolerância”, disse Péricles de Mello. Para o deputado, o preconceito às minorias sociais, às diferenças raciais e religiosas, por exemplo, acaba gerando violência. “Apesar de todos os avanços, vivemos hoje de uma forma que prioriza o interesse individual ao interesse coletivo. Estamos colocando em risco a sobrevivência da própria espécie.”
O padre Carlos Alberto Chiquim, secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e presidente da Associação Inter-religiosa de Educação (Assintec), que representou as religiões católicas na audiência, elogiou a iniciativa da Assembleia em discutir a paz. “Vamos conseguir a cultura da paz se nos unirmos e passarmos pelo processo de educação das crianças e jovens. É uma questão de mudança de cultura”, disse.
O rabino Paulo Berman, representante da comunidade judaica, também acredita que a educação é o ponto central para a cultura da paz. Citando histórias que fazem parte da tradição judaica, Berman disse que a paz deve começar em cada pessoa para depois se estender para as famílias, às comunidades, às cidades e assim por diante.
Mais do que educação, Jamil Skandar, presidente da Sociedade Mulçumana do Paraná, diz que a justiça é fundamental para a cultura da paz. “É preciso conviver com as diferenças”, resumiu. Skandar lembrou da dificuldade vivida hoje pelo povo mulçumano com a instalação do que ele chamou de “islamofobia”.
Entre os participantes da audiência estavam o arcebispo da Igreja Ortodoxa Ucraniana no Paraná, dom Jeremias Ferenz, o lama Padma Samten, do movimento budista tibetano; o mestre Charles Veja Parucker, vice-presidente da Antiga Mística Ordem Rosa Cruz; Swami Chandramukha, da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna; Jacione Biora, da filosofia Seicho-No-Ie; e Patrício Duprat, da Universidade da Paz (Unipaz). E, ainda, Yálorixá Yá Gunan, do Fórum Paranaense Matriz Africana; Paulo Tharcísio Motta Vieiria, da Federação Umbandista do Paraná; e Paulo Costa, da Sociedade Brasileira de Eubiose.

Cristina Esteche

Jornalista

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