22/08/2023
Cotidiano Guarapuava Saúde

Guarapuava registra 19 acidentes com escorpiões nos últimos três anos

A melhor forma de afastar os escorpiões é manter o quintal limpo e organizado, sem entulhos e restos de construção

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(Foto: Emanuel Marques da Silva/Divisão de Zoonoses e Intoxicações da SESA)

O Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos registrou 3.144 acidentes em 2018 com escorpiões no Paraná. A maior parte no Norte, Oeste e Noroeste do Estado.

Em Guarapuava, a chefe de Departamento de Epidemiologia, Chayane Andrade, informou que são poucos os acidentes registrados no município. “Foram 19 casos nos últimos três anos, sendo oito acidentes em 2017, oito em 2018 e este ano até agora, três registros de acidentes com escorpiões”.

De acordo com Chayane, em caso de picada é recomendada a aplicação de compressas com água morna, e o uso de analgésicos ou anti-inflamatórios receitados pelo médico.

Em pacientes com sintomas mais graves, é necessário o uso do soro antiescorpiônico, que fica armazenado na Vigilância Sanitária e será prescrito pelo médico para cortar o efeito do veneno no organismo. Nestes casos, também é feita a hidratação com soro fisiológico na veia e observação por algumas horas, até os sintomas terem desaparecido.

(Foto: Emanuel Marques da Silva/Divisão de Zoonoses e Intoxicações da SESA)

Das 22 Regionais de Saúde, os maiores números de ocorrências foram registrados nas regionais de Paranavaí (518 casos) e de Maringá (762 casos, 223 deles somente no município de Colorado). Na regional de Curitiba, houve ocorrências na Capital e em Pinhais. Desde o início deste ano até dia 5 de março, foram registrados 456 casos em todo o Estado.

Segundo o coordenador do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos, o controle químico não funciona com os escorpiões. “Se funcionasse, não teríamos no Brasil mais de 120 mil acidentes com escorpiões em um ano, número registrado em 2018”. De acordo com ele, não existe sazonalidade na maior parte dos estados. “O Paraná tem uma sazonalidade maior pois temos um período frio em que o animal diminui seu metabolismo e fica escondido. Ele sai do esconderijo quando há calor. Por isso, no verão aumenta o número de acidentes”.

Quanto ao controle, há uma crença de que criar galinhas no quintal pode eliminar escorpiões, que são alimento destas aves. Silva esclarece que essa informação não é verdadeira, pois as galinhas se recolhem para dormir no entardecer, enquanto o escorpião é um animal de hábitos noturnos, que sai de seu esconderijo após escurecer.

PREVENÇÃO

A melhor forma de afastar a possibilidade de acidentes com escorpiões é evitar que se proliferem nas residências e áreas urbanas. Segundo a Secretaria de Estadual de Saúde, as principais medidas são organizar o quintal e mantê-lo limpo, remover entulhos e sobras de construção, e fechar frestas, colocando telas nos ralos e nas janelas.

Outras recomendações são usar sacos de areia nos vãos das portas e não deixar expostos resíduos orgânicos, já que atraem baratas, um dos alimentos para os escorpiões.

INFESTAÇÃO
No caso desta espécie, há dois fatores que contribuem para uma infestação. Trata-se de um animal com grande capacidade de adaptação aos ambientes alterados pelo homem, em especial o ambiente urbano. Isso favorece para que ele se reproduza de forma mas eficaz.

Além disso, o escorpião amarelo não precisa de um casal de animais para se reproduzir, bastando uma fêmea para gerar filhotes, o que contribui para o aumento da população desse animal.

(Foto: Emanuel Marques da Silva/ Divisão de Zoonoses e Intoxicações da SESA)

PICADA
Em caso de picada de escorpião, os primeiros socorros são:
– Lavar o local da picada com água e sabão;
– Não cortar, furar ou apertar o local da picada;
– Beber bastante água;
– Ir o mais rápido possível a Unidade de Saúde mais próxima ao local do acidente.

A picada de um escorpião causa dor imediata, podendo irradiar para o membro e ser acompanhada de adormecimento, vermelhidão e suor. Podem surgir suor excessivo, agitação, tremores, náuseas, vômitos, salivação excessiva, dentre outros sintomas mais graves.

Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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