Esta semana, novas audiências sobre o caso que investiga a morte da advogada guarapuavana Tatiane Spitzner ocorrem em dois estados brasileiros. Nesta quarta feira (20), às 13h, a testemunha de defesa Roberta Kelly Alves da Silva deverá ser ouvida pela juíza Elaine Cristine de Carvalho Miranda ou ainda por Felipe Rocha Silveira, em São Mateus, no Espírito Santo.
A testemunha era vizinha do casal Tatiane Spitzner e Luís Felipe Manvailer, no edifício em que moravam, no Centro de Guarapuava. Os advogados Gustavo Britta Scandelari, auxiliar de acusação, e Renan Pacheco Canto, de defesa, acompanharão a audiência de carta precatória, procedimento feito quando a testemunha chamada para depor pertence a outra Comarca, que não a de origem do processo, ou seja, fora de Guarapuava.
De acordo com a equipe de defesa de Manvailer, se a testemunha Roberta Kelly Alves da Silva der depoimento à Justiça hoje no Espírito Santo, a audiência desta quinta feira (21), quando o depoimento do réu é esperado, será mantida. Caso a testemunha não fale hoje, o cenário pode mudar.
“Ele não foi ouvido na ocasião pelo fato de que ainda não haviam esgotadas as oitivas de testemunhas. Vencidas as oitivas o réu fala, é rito da lei. O acusado precisa conhecer a acusação por completo e só assim falar. Então agora, encerradas as testemunhas o processo segue com o interrogatório do Manvailer”, disse a assessoria dos advogados de defesa, referindo-se as audiências de dezembro de 2018, quando o réu apenas ouviu as testemunhas arroladas por defesa e acusação, mas não falou à juíza Paola Mancini, responsável pelo caso.
De acordo com o advogado auxiliar de acusação, Gustavo Britta Scandelari, embora na audiência de quinta feira (21) a previsão seja de que apenas Manvailer seja ouvido, segundo o profissional, o réu ainda poderá não se manifestar. “Acho que ele falará mas é a defesa quem decide”, disse.
Segundo os advogados, após o depoimento do acusado, o processo terá abertura de prazo para alegações finais de defesa e acusação. Posteriormente, a juíza Paola Mancini decidirá se o réu vai a Júri Popular (decisão pela pronúncia) ou não (decisão pela impronúncia).
Para a promotora Dúnia Serpa Rampazzo, do Ministério Público (MP) da Comarca de Guarapuava e que faz a acusação do caso, todos os detalhes das audiência já estão ajustados.
“A expectativa do Ministério Público é de que ele vá a Júri popular, seja pronunciado, considerando a existência das provas de materialidade e autoria dos fatos contidos no processo. Então, a expectativa do Ministério Público é que a sentença seja de pronúncia e que ele seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri”.
Tatiane Spitzner morreu na madrugada do dia 22 de julho, após sofrer uma queda da sacada do apartamento em que o casal morava. Laudos do Instituto Médico Legal (IML) apontaram a causa da morte de Tatiane por asfixia mecânica. Manvailer foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado, fraude processual, cárcere privado e por causar intenso sofrimento físico e psíquico na vítima. Ele está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) há 7 meses e 27 dias.