A defesa de Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a advogada Tatiane Spitzner em julho de 2018, contestou a inclusão, pedida pelo Ministério Público, de cárcere privado no julgamento do réu. A defesa afirma que as imagens comprovam que não houve prática do crime. Eles afirmam que a mulher não teve a liberdade de ir e vir prejudicada.
De acordo com o texto “ela teve a oportunidade de entrar sozinha no elevador, enquanto Luis Felipe manobrava o automóvel, mas resolveu aguardá-lo. Sem dúvidas, foi ela quem escolheu aguardar para adentrar no elevador chamado por Luis Felipe”.
Além disso, a defesa afirma que Tatiane poderia ter descido no carro no momento em que eles chegam ao edifício e o acusado debruça sobre Tatiane no intuito de que ela desça do carro. “Resta claro que Luis Felipe debruçado sobre Tatiane buscando acessar a maçaneta interna da porta do passageiro”.
Os advogados afirmaram ainda que enquanto Luis Felipe manobrava o automóvel na garagem, Tatiane permaneceu no local. Além disso, não teve “nenhum bloqueio que lhe tolhesse a liberdade de ir e vir”.
Além disso, no fim da noite, a juíza Paola Gonçalves Mancini de Lima, da 2ª Vara Criminal de Guarapuava, negou os recursos da acusação e defesa sobre o júri popular de Luiz Felipe Manvailer. A juíza afirmou que “não houve intenção de cerceamento da liberdade de locomoção de Tatiane, […] mas sim intenção de reter a vítima por pouco tempo e contra sua vontade para que subisse ao apartamento”.
PEDIDO MP
A solicitação do MP foi divulgada, entretanto, dia 24 de junho. No texto, os promotores afirmam que “no presente caso, temos um tempo juridicamente relevante. Na medida em que o cárcere privado durou quase 20 minutos. Período no qual houve a prática de diversas agressões por parte do acusado e este veio a matá-la por asfixia”.
O MP se baseou nas imagens das câmeras de segurança. E confirma que as cenas fornecem elementos suficientes que indicam a prática do crime. A ação ocorreu entre 2h38 e 2h57 do dia 22 de julho de 2018.
Além disso, os promotores afirmam que Tatiane teve a liberdade de locomoção restringida pelo acusado. Eles afirmaram que ele a obrigou a permanecer com ele, mediante violência física, na garagem, no elevador, no corredor do andar do apartamento do casal e dentro do apartamento.