22/08/2023


Agronegócio Paraná

Agronegócio do Paraná mantém ritmo de crescimento, segundo Censo

Agronegócio do Paraná está entre os cinco melhores do País e está na disputa pela liderança em segmentos importantes como soja, milho e suinocultura

Colheita de trigo. Pitanga,11/10/2019 Foto:Jaelson Lucas / AEN

Agronegócio paranaense se destaca no cenário nacional (Foto: AENPr)

O Paraná mantém crescimento vertiginoso e diversificado no agronegócio, segundo dados do Censo Agropecuário 2017. E tem margem para ampliar ainda mais o faturamento e a geração de emprego a partir da industrialização. O anúncio foi nesta sexta (25) para todo o País no Palácio Iguaçu, em Curitiba.

De acordo com o governador Carlos Massa Ratinho Júnior, o recorte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra o Estado entre os cinco maiores produtores do Brasil. Além disso se mantém, na disputa pela liderança em segmentos importantes como soja, milho e suinocultura, e em primeiro lugar na avicultura.

“A nossa agricultura tem produzido em escala e com qualidade mesmo em espaço reduzido”. Conforme o governador, o agronegócio é a principal matriz econômica do Paraná. Disse também que o Estado produz de maneira diversificada e estratégica. “Nós ainda concentramos 85% da produção em pequenas propriedades, onde a agricultura familiar é muito forte”.

Segundo o governador, apesar dos dados mostrarem que esse segmento registrou perdas nos últimos 10 anos, o Paraná quer estimular a manutenção do jovem no campo e para isso há uma série de iniciativas nas áreas de tecnologia, infraestrutura e comunicações. “O desafio é manter a atratividade dos negócios para as novas gerações”.

INDUSTRIALIZAÇÃO

Ratinho Júnior e a presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, divulgaram nesta sexta (25), os números do Censo Agropecuário 2017 (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

Parte desse movimento é o incentivo de industrialização do agronegócio. Para Ratinho Júnior, os investimentos nessa área farão do Paraná e do Brasil atores ainda mais relevantes no jogo geopolítico. “O próximo ciclo é o da industrialização. Os agricultores têm deixado a enxada pela tecnologia, pelos smartphones e drones.

Nós temos incentivado o cooperativismo e realizamos investimentos na rede trifásica de energia para manter uma agricultura forte e diversificada, capaz de gerar ainda mais renda”. De acordo com o governador, o Código Florestal mudou a realidade da produção agrícola entre os dois Censos (2006 e 2017). Movimento esse que foi acompanhado pelos órgãos paranaenses e pela iniciativa privada.

Nós fazemos uma agricultura sustentável e verde, preservamos nossos rios e a injeção de defensivos agrícolas no Estado é feita de maneira equilibrada.

Conforme Norberto Ortigara, secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, o agronegócio paranaense cresceu nas últimas décadas mesmo diante de oscilações na economia. “Continuamos fortes e diversificamos a produção para horticultura e fruticultura. Nos tornamos líderes na produção de proteínas. O campo continua se desenvolvendo, em que pese altos e baixos da economia e das crises mundiais. A leitura que fazemos dos dados de 2017 é bastante satisfatória, e eles nos ajudarão a formular novas políticas públicas”.

Colheita de trigo em Pitanga (Foto: Jaelson Lucas/AEN)

BASE NACIONAL

O secretário também comemorou a escolha do Paraná como base de apresentação dos dados nacionais, o que sinaliza a relevância da cadeia produtiva estadual. “O meio rural não discute mais o preservar e produzir. Temos consciência de que é preciso fazer bem-feito. Estamos usando tecnologias e nos organizamos no meio rural. É um setor dinâmico. Agora vamos iniciar um processo de industrialização mais acelerado”, complementou.

Segundo José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, a produção paranaense aumentou 53% em uma década, com 28% da área nova destinada a solucionar a questão ambiental. “Esse aumento aconteceu em função de tecnologia e dos esforços coletivos do Estado, dos agricultores e das cooperativas. Talvez ainda não consigamos dimensionar os números, mas temos que nos orgulhar do que já fizemos”, pontuou.

RETRATO

A presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, disse que o primeiro Censo foi feito antes mesmo da criação do instituto, em 1920, e mostrava um País com 650 mil estabelecimentos agropecuários e área plantada de 175 milhões de hectares. Os dados de 2017 mostram outro patamar.

“Os dados de 2017 apontam uma síntese do País neste século. O cenário mudou não só em termos de expansão, mas diversificação. Os estabelecimentos agropecuários foram multiplicados por sete, chegando a mais de cinco milhões, e a área foi duplicada, superando os 350 milhões de hectares”, afirmou. “Esse setor se transformou numa grande potência para a economia brasileira”.

De acordo com Wilson Vaz de Araújo, secretário-adjunto da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Censo retrata os impactos do Código Florestal e seus rigores, além de programas estaduais e federais para armazenagem, redução de gases do efeito estufa e incentivos tecnológicos.

“Nós temos várias realidades no País e problemas pontuais. Vamos nos debruçar nos dados do Censo para ver em quais áreas podemos melhorar”, afirmou. “A expectativa é de manutenção desse crescimento e de que próximo Censo já retrate a revolução tecnológica no campo”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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