Escândalo das TVs laranja: quatro anos depois, ninguém foi punido

O escândalo do superfaturamento na compra de televisores para as escolas estaduais do Paraná, denunciado em 2007, está prestes a completar quatro anos sem nenhum dos envolvidos ter sido punido.
A denúncia, feita na Assembléia Legislativa e investigada pelo Ministério Público do Paraná, mostrou que a empresa Cequipel, principal doadora da campanha de reeleição de Roberto Requião, ganhou a licitação para fornecer 22.000 aparelhos de TV para as escolas estaduais, por R$ 18,9 milhões. Cada TV foi vendida por R$ 860, bem acima dos R$ 739 cobrados pelo mesmo aparelho no comércio tradicional. O lucro obtido pela Cequipel na venda das TVs ao governo foi de 22%. A CCE forneceu as televisões à empresa por R$ 700, que as repassou ao governo por R$ 860, configurando um lucro de aproximadamente R$ 3,5 milhões. À época, o secretário de Educação, que coordenou a compra, era Maurício Requião, irmão do então governador Roberto Requião.

Relembre o caso:
• Em dezembro de 2006, a Secretaria de Estado da Estadual (SEED) promoveu pregão eletrônico para comprar 22 mil televisores 29 polegadas para uso em salas de aula;

• A vencedora do pregão foi a fabricante de móveis Cequipel, maior doadora de dinheiro para financiar a campanha de reeleição do governador Roberto Requião;

• O valor total da compra foi de R$ 18,9 milhões, com preço médio por aparelho de R$ 860 – muito superior ao praticado no varejo, à vista e a prazo (10 vezes sem juros), de R$ 739 por unidade.

• Os televisores apresentaram uma série de defeitos, obrigando o governo a retardar por quase um ano a entrega às escolas.