22/08/2023


Paraná Política

Governo assina protocolo de intenções com a Rússia para vacina

Governo do Paraná vai participar do desenvolvimento de vacina russa contra a covid-19. Porém, Organização Mundial da Saúde ainda não recomenda

governo x rússia

Governo assina protocolo de intenções com a Rússia para produção de vacina – Guto Silva e russos na primeira rodada de conversas (Foto: AEN)

O Governo do Paraná assinou um protocolo de intenções para desenvolvimento de vacina contra a covid-19. O protocolo com a Rússia abre a oportunidade de o governo, por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), participar dos testes e da produção da vacina Sputnik V no Brasil. A vacina foi anunciada na terça (11), pelo presidente da Rússia Vladimir Putin, como a primeira vacina contra a covid-19 registrada no mundo.

De acordo com o Governo, o acordo foi firmado durante reunião por videoconferência com o governador Ratinho Júnior (PSD),  Tecpar, Ministério da Saúde, Anvisa e embaixada da Rússia. Assim, a parceria na produção do medicamento russo poderá ser a porta de entrada desta vacina no país. O Brasil já participa dos testes de imunização com os medicamentos produzidos pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela China.

De acordo com o Governo, junto com elas, a vacina russa é uma das mais adiantadas no mundo. No início desta semana, o governo russo anunciou ter concluído com sucesso a fase de ensaios clínicos do seu antivírus, desenvolvido pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya.

A expectativa é que todas as três vacinas estejam disponíveis no primeiro semestre do próximo ano. O acordo com o Paraná pode abrir mais essa opção para o Brasil, já que até o momento apenas as versões de Oxford e da China estavam previstas para serem distribuídas aqui.

TRAIANO COMENTA A PARCERIA

O presidente reeleito da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano lembra que a Alep alocou de R$ 100 milhões para auxiliar o governo na compra de vacinas contra a covid-19. 

De acordo com o deputado, o Paraná se antecipa, ao iniciar negociações com o governo da Rússia. “Claro que tudo isso precisa ser validado por nossos órgãos técnicos, no caso o Tecpar, a Anvisa e a Comissão Nacional de Ética e Pesquisa, para que possamos ter segurança em relação a essa vacina”.

A parceria da Assembleia com o Executivo no combate o coronavírus, ocorreu desde o início da pandemia.”Foram aprovados 132 projetos para ajudar a combater a doença ou a diminuir o sofrimento provocado por ela. Recursos do Legislativo da ordem de R$ 37,7 milhões foram destinados a bancar UTIs, leitos de hospital e equipamentos de proteção”. 

OMS AINDA NÃO RECOMENDA

Porém, a vacina russa ainda não está sendo recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o diretor-assistente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa da Silva Júnior, a OMS só recomendará a vacina quando tomar conhecimento dos procedimentos utilizados.

“Para que uma vacina seja recomendada pela OMS, e que possa ser adquirida por intermédio do Fundo Rotatório de vacinas, essa vacina tem que ser pré-qualificada pela OMS. E para pré-qualificar, a OMS tem que fazer toda essa revisão, sobre segurança e qualidade. Mesmo com uma emergência de saúde pública, há processos para atender essa avaliação de maneira mais rápida. Então, só depois dessa revisão, depois de ter acesso de maneira transparente de todos os dados, é que a OMS vai poder tomar uma posição e a OPAS vai poder fazer uma avaliação desta e de qualquer outra vacina”.

De acordo com Jarbas, para assegurar a eficácia, o fabricante da vacina deve fazer ensaios clínicos de três fases. Depois, a autoridade regulatória do país examina um relatório com os dados do desenvolvimento da vacina. “Até agora, a OMS não tem essas informações sobre a vacina russa e é impossível fazer uma avaliação neste momento”.

O imunizante foi produzido pelo Instituto Gamaleia de Moscou e batizado de Sputnik V. De acordo com uma emissora estatal russa, um professor do instituto, Víctor Zúyev, afirmou que “não há nada surpreendente”. Disse também que “fizeram esta vacina na mesma plataforma que a do ebola, por isso foi criada tão rapidamente”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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