22/08/2023
Educação

Pais e diretores entram no MP contra a falta de transporte escolar

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Pais e diretores de colégios estaduais estão procurando o Ministério Público para que o órgão se pronuncie a respeito da falta do transporte escolar em Guarapuava. Mesmo após o início do ano letivo em 7 de fevereiro, cerca de cinco mil alunos das redes municipal e estadual de ensino continuam sem aula ir à escola no interior do município por não terem como chegar à sala de aula pela distância entre a escola e o local onde moram. De acordo com o diretor do Colégio Estadual Maria de Jesus Pacheco Guimarães, no distrito de Guará, professor Luiz Alberto Ogibwoski, 80% dos mais de 500 alunos estão perdendo conteúdos.
“Não sabemos mais o que fazer. Na quinta-feira da semana passada chamamos os pais e o Conselho Tutelar de Guarapuava. O conselheiro que veio nos prometeu que na sexta-feira nos daria uma resposta e assinou ata selando o compromisso, mas até o momento não conseguimos mais falar com ele e nem obter uma resposta”, reclama o diretor. Sem obter uma posição oficial por parte da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Ogibwoski disse à RSN que ainda nesta segunda-feira (21) deve protocolar um ofício junto ao Ministério Público para que este se pronuncie a respeito.
“Ligamos na prefeitura, mas ninguém nos dá qualquer informação. O que sabemos são comentários: uns dizem que o transporte voltará nesta quarta-feira (23), outros dizem que será somente após o Carnaval”, diz o diretor. Esta não é a primeira vez que o Colégio do Guará enfrenta esse problema. De acordo com Ogibwoski, em 2010, os alunos que moram na localidade de Pombinhas retornaram às aulas somente em 28 de março.
Sem saber o que fazer para que os filhos não percam mais aulas a Associação de Pais e Professores, a Associação de Moradores e a Aprovale, três entidades do Jordão, já procuraram o Ministério Público na dia 15 de fevereiro, mas ainda não obtiveram nenhum retorno. Na Escola Municipal Enoch Tavares estudam 280 alunos, dos quais 150 estão sem ir à escola.
A justificativa dada pela Prefeitura é que os veículos que fazem o transporte escolar ainda não estão e sua totalidade vistoriados. De acordo com a assessoria de imprensa do município, 90% dos carros já estão aptos a transportar os estudantes, mas isso só será feito quando todos os veículos tiverem passados pela inspeção.
Para professores, as perdas de conteúdo são grandes e quase irreparáveis, pois 55 aulas já foram ministradas desde o início do ano letivo. No Colégio do Guará, por exemplo, a direção já esteve reunida com professores no sábado (19) para encontrar uma forma para que os alunos sejam menos prejudicados.
“Recuperar todo o conteúdo que já foi dado não será possível, mas fazer de tudo para que esse prejuízo seja o menor possível. A situação é muito crítica”, diz o diretor.

Cristina Esteche

Jornalista

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