Em 12 meses o valor da Cesta Básica de Alimentos em Guarapuava (CBAG) aumentou 24,47%. De acordo com o Núcleo de Estudos e Práticas Econômicas (Nepe) do Departamento de Ciências Econômicas (Decon) da Unicentro, com o aumento, em fevereiro de 2022 a CBAG totalizou o valor de R$ 569,69.
Dessa forma, o maior impacto da inflação de alimentos recai sobre os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, já que 23,50% a 47,00% da renda acaba comprometida. Conforme o Nepe, considerando o gasto com alimentação, no mês de fevereiro desse ano, o Salário Mínimo Necessário (SMN) em Guarapuava precisaria ser de R$ 4.405,09.
No entanto, o salário mínimo nacional definido pelo Governo Federal para 2022 é de R$ 1.212. O que cobre apenas 27,51% dos gastos das famílias, de baixa renda.
Sendo assim, o aumento representa 8,32% em relação ao valor da Cesta praticada em janeiro de 2022, que foi de R$ 525,91. A precificação da CBAG de fevereiro de 2022 superou, inclusive, o maior valor observado em outubro de 2021, de R$ 537,38.
De acordo com a metodologia do projeto, a análise dos preços da Cesta Básica é composta por 13 alimentos. Sendo cereais, pão, legumes, frutas, laticínios, proteínas e óleo.
Conforme a Economista Luci Nychai, só no acumulado entre janeiro e fevereiro deste ano, Guarapuava apresentou um aumento de 14,63%. Enquanto em dezembro do ano passado o consumidor desembolsava individualmente R$ 496,99, em fevereiro passou a pagar R$ 569,69 para consumir a Cesta de Alimentos.
MOTIVO DA ALTA NOS PREÇOS
Praticamente todos os produtos que fazem parte da Cesta apresentaram aumento de preços. Contudo o único grupo que apresentou pequena queda foi a do hortifrúti, apresentando diminuição de menos 3,44%. Isso ocorreu devido a baixa no preço da batata.
Porém outros hortifrútis que fazem parte da CBAG apresentaram aumento. O tomate subiu 19,87% e a banana14,25%. De acordo com o relatório, o preço do tomate chegou a R$ 12,95 o quilo em alguns pontos de vendas.
Outro hortifrúti, que não faz farte da Cesta Básica, mas que vem assustando o consumidor é a cenoura. Em Guarapuava o preço chegou a R$ 12,99 o quilo.
O aumento do preço dos hortifrútis se deve a fatores climáticos como muito chuva e/ou seca, aumento dos custos dos insumos e redução da área plantada devido a esse aumento, acréscimo do custo do transporte devido ao aumento do preço dos combustíveis.
No caso da cenoura, a maior oferta é oriunda do Rio Grande do Sul, Região em que os produtores sofreram mais com com climas extremos. Entretanto, Luci Nychai alerta que a aceleração do valor da CBAG vem sendo observada não só em Guarapuava, mas em todo o Brasil.
“A queda na oferta devido os problemas climáticos como estiagem, assim como aumento do preço dos insumos, além da desvalorização do Real, aumento dos custos de produção devido ao aumento do preço dos insumos, da água, do gás, dos combustíveis e da energia e influências externas contribuíram para o aumento da Cesta Básica.”
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