22/08/2023
Brasil Política

Lula anuncia 16 novos ministros para o próximo governo

Após anúncio Lula recebeu o relatório elaborado pela equipe de transição e que mostra a situação de desmanche do país, segundo Alckmin

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Lula anuncia 16 novos ministros para o próximo governo (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente eleito Lula anunciou nesta quinta (22) o nome de 16 novos ministros. Entre estes estão seis mulheres. Conforme o anúncio, outros 13 ainda dependem de confirmação. Até o momento, já tinham sido anunciados Fernando Haddad, na Fazenda; Rui Costa, na Casa Civil. Além de Flávio Dino, na Justiça e Segurança Pública; José Múcio, na Defesa; Mauro Vieira, na Relações Institucionais. A cantora Margareth Menezes aceitou o convite para o Ministério da Cultura, que será recriado.

De acordo com Lula, na próxima semana serão anunciados outros 16 ministros. As informações foram divulgadas após entrega do relatório final da equipe de transição pelo coordenador-geral, o vice-presidente eleito Geraldo Alckimin, que assumirá o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Ao todo, serão 37 ministérios na gestão do governo eleito conforme havia sido informado pelo futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa.

RELATÓRIO DA TRANSIÇÃO

A equipe de transição também apresentou o relatório final sobre o governo federal. Lula comentou o documento que será entregue aos parlamentares e à sociedade brasileira. Conforme o presidente, a situação do país é de penúria. “Recebemos esse governo em uma situação de penúria, situação irresponsável, porque o presidente preferia contar mentiras no cercadinho do que governar esse país”.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckimin, afirmou que o relatório de transição aponta para um “retrocesso em muitas áreas”. O levantamento reúne informações de 32 grupos de trabalho. O documento teve a participação de cerca de cinco mil voluntários e 14 partidos políticos. Segundo ele, apenas 23 pessoas tiveram nomeações para atuar diretamente na transição.

“Infelizmente, nós tivemos um retrocesso em muitas áreas. O governo federal andou para trás. O estado que o presidente Lula recebe é muito mais difícil e mais triste do que anteriormente. Na educação, tivemos um enorme retrocesso, queda na aprendizagem, a evasão escolar aumentou, recursos essenciais para merenda escolar ficaram congelados em R$ 0,36. Tivemos quase um colapso dos institutos federais e das universidades”.

VIOLÊNCIA

O vice-presidente eleito destacou que a política armamentista do atual governo provocou aumento da violência contra as mulheres. Conforme Alckimin, a distribuição de armas levou a um recorde de mortes de mulheres. “Nos últimos seis meses tivemos 700 mortes por feminicídio provocadas por armas de fogo”.

O relatório apontou ainda para a redução de 95% no estoque de arroz da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estoque de alimentos pela instituição é uma forma usada pelo governo federal para regular preços de mercado. “Essa redução acabou levando ao aumento do preço de alimentos, o que agravou a insegurança alimentar”.

Outro ponto destacado por Alckmin foi a alocação de R$ 2 milhões para a Defesa Civil na atuação de desastres em todo país. Além disso, afirmou que 93% das rodovias federais estão sem contrato de manutenção e prevenção. Atualmente, segundo o relatório, são 14 mil obras paralisadas em todo país.

Em relação ao desmatamento na Região da Amazônia, o levantamento aponta para aumento de 59% entre os anos de 2019 e 2022. Nas últimas semanas, foi registrado um acréscimo de 1226% nas queimadas em florestas. “É uma devastação nas florestas, não por agricultores, mas por grileiros. É um grande desafio”.

OS NOVOS MINISTROS

Advocacia-Geral da União (AGU): Jorge Messias (procurador da Fazenda Nacional);

Controladoria-Geral da União (CGU): Vinícius Marques de Carvalho (Advogado e professor de direito comercial da USP. Ex-presidente do Cade);

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: Luciana Santos (presidente do PCdoB);

Cultura: Margareth Menezes (cantora);

Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços: Geraldo Ackmin (vice-presidente eleito);

Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome: Wellington Dias (ex-governador do Piauí);

Direitos Humanos e Cidadania: Silvio Luiz Almeida (Professor da Universidade de Columbia (EUA) e Fundação Getulio Vargas)

Educação: Camilo Santana (ex-governador do Ceará);

Gestão e Inovação em Serviços Públicos: Ester Dweck (Professora Associada do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Igualdade Racial: Anielle Franco (professora);

Mulheres: Cida Gonçalves (ex-secretária Nacional da Violência contra a Mulher);

Portos e Aeroportos: Márcio França (ex-governador de São Paulo);

Saúde: Nísia Trindade (presidente da Fiocruz);

Trabalho e Emprego: Luiz Marinho (ex-prefeito de São Bernardo-SP);

Secretaria-Geral: Márcio Macedo (deputado federal PT-SE);

Relações Institucionais: Alexandre Padilha (deputado federal PT-SP)

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Cristina Esteche

Jornalista

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