Pedido de R$ 5 milhões feito por Farah Neto à Câmara é tido como “politiqueiro”

Um projeto de lei encaminhado pelo  prefeito Elias Farah à Câmara de Vereadores  de Candói solicitando suplementação no Orçamento no valor de R$ 5 milhões provoca polêmica entre vereadores.

Considerado como “projeto politiqueiro” por prever obras em várias localidades do município, o projeto de lei tramita na Comissão de Justiça e Redação, portanto, ainda não entrou na pauta de votações.

Na sessão de terça-feira, dia 28, porém, o prefeito reuniu produtores e outros candoianos e foram à sessão esperando que o Projeto de Lei entrasse em votação. A medida foi entendida como uma pressão psicológica sobre os vereadores. Elias Farah Neto também tinha a intenção de fazer um pronunciamento. De acordo com informações da Câmara de Vereadores, a solicitação feita por Farah foi protocolada somente na manhã de terça-feira, quando o Regimento Interno da Casa pede antecedência de 24 horas para esses casos. Descontente, o prefeito deixou a Câmara no meio da sessão.
“Esse projeto de lei ainda está sendo analisando pelas comissões e o presidente tem até o dia 27 de março para colocar na pauta”, disse um funcionário do Legislativo Municipal em contato com a RSN.

O recurso solicitado pelo prefeito deverá ser investido em compra de carros para o Conselho Tutelar de Candói e para a Secretaria Municipal de Saúde; compra de caminhão-caçamba; construção de capela mortuária na localidade de Cachoeira, já licitada em 2011, mas anulada por apresentar distorções no processo licitatório; recape asfáltico em várias ruas da cidade; calçamento com pedras irregulares no Jardim Farah; construção de parques infantis e implantação de grama sintética em todas as unidades; implantação de academias ao ar livre; complementação do serviço de transbordo de resíduos sólidos, entre outras obras. De acordo com informações da Câmara, essa lista de demandas foi tirada em reuniões feitas nas comunidades, seguidas por promessas de execução que podem seguir pelos próximos cinco anos.

Para o presidente da Câmara de Candói, Valter Oliveira de Souza, se trata de uma atitude meramente política, típica de ano eleitoral. “Por que essas obras não foram feitas antes?” questiona o presidente. Para a bancada oposicionista a Farah Neto, essas obras já deveriam estar sendo executadas desde o início da atual gestão.

A RSN entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, mas o assessor disse que desconhecia o fato e repassou a ligação para a assessoria de gabinete do prefeito. Após algum a ligação caiu sem ser atendida. Houve nova insistência, esta vez direto à chefia de gabinete, mas novamente ninguém atendeu.

A SITUAÇÃO POLÍTICA
A Câmara de Candói possui 9 vereadores eleitos pelo PR, PTB, PMDB, PSDB e hoje o PSD. Este último partido possui a maior bancada com três vereadores. De acordo com informações da Câmara, 50% dos vereadores compõem a bancada situacionista e outros 50% integram o bloco de oposição, com exceção de dois vereadores – João de Oliveira Ramos, o Ligeiro, que é do PMDB, e Aurimar Teixeira da Rosa, conhecido como Grosso, que é do PR. Ambos, segundo as informações, não possuem uma posição definida.