22/08/2023
Política

Falta de acessibilidade faz com que deficiente deixe de votar

O maior obstáculo para que os portadores de deficiência s possam votar em Guarapuava é a falta de acessibilidade nos locais determinados para a votação, a maioria em escolas da cidade e do interior. De acordo com dados estatísticos da Associação dos Deficientes Físicos de Guarapuava (ADFG), cerca de 10% da população guarapuavana possui algum tipo de deficiência.

A reclamação é de que para chegar ao local onde as urnas estão, cadeirantes, deficientes visuais, surdos-mudos, e pessoas com outras dificuldades de locomoção precisam de auxílio ou deixam de votar. “A maioria dos locais não atende as normas de acessibilidade. Temos dificuldade para exercer a nossa cidadania”, diz Antonio Marcos da Rosa, presidente da entidade.

Por causa disso, grande parte dos portadores de deficiências prefere justificar o voto. “Deixam de votar, preferem pedir que alguém pegue o formulário nos Correios e justificam o voto. As urnas, por exemplo, tem teclado em Braille, mas os locais não possuem piso tátil e nem sonoro. Somos considerados cidadãos de segunda categoria como o nosso voto não tivesse valor”, desabafa Antonio Marcos. 
Como se vê a pouca acessibilidade existente não contempla surdos-mudos e nem deficientes visuais. “Não existem apenas deficientes físicos, apesar de sermos a mioria, o equivalente a 6% dos 10%. Não existem indicativos para que o deficiente possa se locomover livremente”, diz.

As propostas de campanha dos candidatos também não contemplam essa parcela da população que cresce a cada dia por causa do alto índice de acidentes. Dados recentes mostram que a cada dia cerca de 10 mil pessoas se tornam portadores de deficiências por causa de acidentes.
“Estamos cansados de tanta promessa que nunca são cumpridas. O que nos revolta é que o CREA e a Prefeitura, por lei, não podem liberar alvarás se a obra não atender as normas de acessibilidade, mas isso não é respeitado. A própria Prefeitura é um descaso. Os pontos de ônibus não são adaptados. Isso é um paradoxo, pois temos ônibus adaptados, mas os pontos não são”, afirma Antonio Marcos que também preside o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência.

Cristina Esteche

Jornalista

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