22/08/2023
Política

Candidatáveis “recheiam” meio político em Guarapuava

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Guarapuava – Por Cristina Esteche

A inauguração do novo complexo da Agromalte “recheou” o cenário político guarapuavano e deu uma amostra de como será o ano político de 2010 no município.
Os pré candidatos tanto à sucessão “requianista” no principal gabinete do Palácio Iguaçu quanto aqueles que vão buscar a permanência numa das cadeiras na Câmara Federal, na Assembleia Legislativa do Paraná ou no Senado Federal, aterrissaram na cidade.
O prefeito Beto Richa, “tucano” da mais alta plumagem no Paraná, chegou cedo no aeroporto Tancredo Tomas de Faria onde conversou com a imprensa. Depois, aproveitou cada minuto do seu tempo em Guarapuava e se reuniu com lideranças municipais e da região durante um almoço em restaurante da cidade. No cardápio, claro, o prato principal foram as eleições do ano que vem.
“O PSDB está em busca de novos aliados interessados em se juntar ao projeto de desenvolvimento para o Paraná que está sendo construído. Esse projeto representará todas as forças sociais e econômicas do Estado e estará ancorado em bases ambientalmente sustentáveis”, afirmou Richa, que trouxe a tiracolo o deputado estadual Valdir Rossoni, presidente do PSDB Paraná, e deputado federal Gustavo Fruet, possível candidato ao Senado Federal.
Quanto a composição de uma aliança, Beto Richa disse que o PSDB está buscando entendimento com partidos que tenham afinidade ideológica, “que caminharam juntos nas últimas eleições e outros que têm manifestado desejo de caminhar conosco com um projeto de desenvolvimento para o Estado. Um projeto novo, arrojado, que defenda os legítimos interesses da população, com uma política de desenvolvimento regional”.
De acordo com o “tucano” , a confirmação oficial das coligações só virá depois das convenções de junho de 2010. “O PSB já manifestou claramente o apoio. Outros partidos, como DEM, PPS e PP, também poderão compor conosco. Também vamos tentar manter a união com o PDT”, disse. Impossível? Não! Difícil? Sim! Afinal, assim como o resultado das eleições de Curitiba cacifam o prefeito para as eleições ao governo do Estado, o resultado das urnas no último pleito para o governo estadual também colocam Osmar Dias em situação privilegiada no “ranking” político. O governador Roberto Requião só ultrapassou Osmar Dias nos instantes finais do cômputo dos votos, obtendo uma diferença de 10.479 mil votos a seu favor num universo de mais de 5 milhões de votos válidos; uma diferença mínima.
Quando o questionamento se vira para o nome do vice-chapa na chapa encabeçada por Beto Richa a resposta está na ponta da língua. “Vai depender das composições partidárias. Caso meu nome seja confirmado pelo partido como candidato a governador, o vice é uma escolha pessoal da qual não abro mão. É a pessoa que vai conviver comigo, com quem vou dividir as dificuldades, as angústias e os desafios, uma pessoa com quem preciso dividir uma relação pessoal de confiança. Pode haver indicações, mas a escolha final deve ser minha”, afirmou. Ponto para o deputado federal Cezar Silvestri (PPS) que teve o eu nome cogitado para ocupar a vaga pelo próprio Beto Richa numa das suas passagens por Guarapuava. BM ao seu estilo, Silvestri prefere absorver a citação como um elogio, mas compõem a comitiva de Beto Richa nas viagens pelo interior do Paraná, num embrião do plano de governo “tucano”.
Beto Richa diz ainda que quer contar com “bons auxiliares, secretários preparados e sérios. É o que faço em Curitiba e dá certo. Sozinho ninguém faz nada; um governo depende de uma equipe competente, séria e preparada”, antecipando uma possível vitória.
Em entrevista à jornalista Cristina Esteche na tarde de sexta-feira, dia 2, ele voltou a elogiar Cezar Silvestri como sendo um político ético, trabalhador e honestto. Um nome, segundo Richa, que o Paraná gostaria ter como vice-governador.
Como não poderia deixar de ser, Beto Richa também fez menção a ampliação que transformará a Agromalte na maior maltaria da América do Sul, com cerca de 500 cooperados e mais de 1 mil funcionários. “Guarapuava dá o exemplo para o Paraná. Esse investimento se traduzirá em mais desenvolvimento, emprego e renda não só para a cidade, mas para toda a região central do Paraná”, considerou Richa.
Outro “tucano” de linhagem e que patrocina uma disputa interna no “ninho”, o senador Álvaro Dias, recebeu a imprensa às 10 horas. Preferiu um dos salões do Grand Hotel quando não poupou elogios aos investimentos da Agrária no novo complexo da Agromalte.
Em declarações encaminhadas à TRIBUNA pela sua assessoria de imprensa na tarde de quinta-feira, dia 1º, Álvaro Dias se mantem cauteloso quando navega pelo campo político em relação as eleições de 2010. Prefere continuar defendendo a aprovação do eleitorado paranaense por meio de pesquisa científica feita por “um grande instituto” e que deverá ser conduzida pelo diretório nacional do PSDB, obedecendo critérios específicos não para avaliar o desempenho do candidato, com cruzamento de dados, pesquisa qualitativa. Lembra que nos Estados Unidos há as eleições primárias com vários candidatos. “Foi assim que Barack Obama foi escolhido”, cita o senador. “Como não temos esse sistema a pesquisa resolve essa situação interna evitando o constrangimento de estar concorrendo com outro dentro do partido. Ninguém precisa se manifestar, aguarda o pronunciamento popular”, observa. “A pesquisa é um respeito ao eleitor”.
O senador, que ao contrário do seu irmão, o também senador e pré candidato ao governo do Paraná, Osmar Dias, ainda tem mais 4 anos de mandato no Senado Federal, diz que “às vezes” lê notícias na imprensa do Paraná dizendo que ele abriria mão de sua candidatura caso Osmar seja o candidato do PDT, uma situação considerada certa. “A recíproca é verdadeira. Pode ser que ele não dispute as eleições porque não disputará comigo também. Temos que avaliar a quem as circunstâncias favorecem. Somos irmãos e coincidentemente políticos, mas somos filhos das circunstâncias e ela que determinará quem será o candidato. Acredito que no PSDB eu possa ser o escolhido, mas se não for, me retiro do processo com tranquilidade. Não vou incomodar ninguém”, afirmou.
Nas hostes peemedebistas, Orlando Pessuti também se fez presente nesse encontro de candidatáveis na Agromalte, e disse não temer o tabu segundo o qual o governador Roberto Requião nunca elegeu um sucessor em todos os cargos que ocupou e deixou. “Pela primeira vez vamos quebrar esse paradigma”, prometeu.
Porém, “Pessutão” terá que driblar a descrédito de alguns deputados em relação a sua capacidade de construir a sua candidatura. Os parlamentares temem que um possível resultado desastroso nas urnas a partir de um candidato sem competitividade, faça o PMDB perder representatividade na Assembleia Legislativa.
Quanto a um possível distanciamento do governador Roberto Requião, Pessuti descarta e diz que no momento apropriado o governador será seu “cabo eleitoral”.
O PMDB foi contemplado durante a semana com a filiação de três importantes lideranças, candidatos potenciais para reforçar as chapas de deputados estadual e federal nas eleições de 2010. O vice-governador Orlando Pessuti e o presidente estadual, deputado Waldyr Pugliesi receberam o secretário especial para Coordenação de Projetos Sociais do Paraná, Nivaldo Maldonado Gonçalves, do diretor do Detran David Antônio Pancotti e do neurocirurgião Affonso Antoniuk, este fiel defensor do nome de Pessuti para a sucessão “requianista”.

Cristina Esteche

Jornalista

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