Taís Nichelle
“Aqui eu recebi amor, apoio e uma oportunidade de mudança”, diz Antonio Carlos Machado, ex dependente químico. O lugar a que ele se refere, é o Instituto Resgate e Vida, uma instituição que não mede esforços para recuperar pessoas viciadas em drogas. No Instituto, os pacientes de 18 a 65 anos recebem acompanhamento nutricional, médico, psiquiátrico, e psicológico. Além do trabalho realizado com os dependentes, o Instituto também presta apoio psicológico para as famílias, que muitas vezes são desestruturadas.
“Nosso objetivo é recuperar viciados em drogas, para que possam voltar para a sociedade e reconstruir suas vidas”, diz Pedro Gemim, presidente do Instituto. Porém, mesmo com tantos esforços, é uma batalha difícil de vencer. “Infelizmente, o percentual de sucesso é pequeno. Cerca de 10% consegue vencer o vício. A maioria volta para as drogas”, desabafa.
Ainda segundo Gemim, a principal causa de recaída é a desestrutura familiar. “A família faz parte do processo de reabilitação. Não adianta nada nós recuperarmos o paciente, se ele volta para a família, onde os pais bebem ou fumam. A família normalmente não entende que precisa mudar seus hábitos, não assumem o erro. Por isso, nosso trabalho também é direcionado à família, mas infelizmente, a maioria não aceita ajuda”, revela.
Algumas empreiteiras também ajudam, oferecendo trabalho aos pacientes que conseguem vencer a batalha contra as drogas. O que é raro, pois ainda há preconceito com ex dependentes químicos. “As pessoas acham que viciado é bandido, mas não é. Todo mundo que está aqui tinha uma profissão, mas passou por uma dificuldade e se perdeu. São pessoas que precisam de ajuda”, declara Antonio Carlos Machado.
Atualmente, a entidade atende 19 pacientes. O tratamento oferecido tem duração de nove meses, e é completamente gratuito. O Instituto Resgate e Vida se mantém com dinheiro de doações. Além disso, há apoio do departamento de Políticas Públicas sobre Drogas, criado pela deputada Cristina Silvestri, que disponibiliza uma equipe multidisciplinar.