22/08/2023
Guarapuava Saúde

Genetecista que atuou no maior centro de pesquisa do mundo agora é do IPEC

Genetecista Daiane Simão saiu de Guarapuava para fazer doutorado no Instituto Karolinska em Estocolmo, com foco em Alzheimer. Agora ela pesquisa a covid-19

IPEC pesquisadora

Médica Daiane Simão que atuou no maior centro de pesquisa do mundo agora é do IPEC (Foto: Divulgação)

O Instituto de Pesquisa para o Câncer (IPEC) conta com uma nova pesquisadora. Trata-se da geneticista guarapuavana Daiane Simão que passou a integrar a equipe e incorpora os estudos genéticos na área da saúde, com foco atual para a Covid-19.

Entretanto, a pesquisadora traz consigo a experiência adquirida no Instituto Karolinska, sediado em Estocolmo na Suécia. Ela foi a primeira brasileira a integrar o Instituto, considerado o maior centro de pesquisa médica do mundo, atuando no Departamento de Pesquisas Neurodegenerativas, em 2013, com foco para o Alzheimer.

“Eu fui a primeira pesquisadora brasileira no instituto a fazer este levantamento genético e proteômico de fatores de pré-disposição para as demências com dados brasileiros”.

Conforme a geneticista, as amostras analisadas em Estocolmo eram da população paranaense. “Até então, nenhuma pesquisa deste gênero estava sendo desenvolvida no Brasil. Mas com a tecnologia, equipamentos e mão de obras de um Instituto de ponta foi possível iniciar este projeto”.

Mestre em Biologia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, foi na especialização de doutorado que a pesquisadora resolveu sair do Brasil. Assim, para entender quais os fatores genéticos que levam a pessoa a desenvolver sintomas distintos e responder de forma diferenciada ao tratamento de Alzheimer, no Karolinska, Daiane buscou identificar fatores de pré-disposição da população brasileira.

NO IPEC

Entretanto, desde que retornou ao Brasil, os estudos sobre o tema pararam. Isso porque a pesquisadora se ressentiu com a falta de um espaço que oferecesse o mesmo suporte do Instituto Karolinska para pesquisas.

Porém, ela disse que essa situação mudou quando conheceu o IPEC. “Eu conheci o doutor David Figueiredo, o diretor do IPEC, no ano passado”. Segundo Daiane, ela buscava informações diagnósticas sobre o câncer, para auxiliar no diagnóstico da mãe, que havia descoberto um tumor.

O doutor David já estava atuando no desenvolvimento do instituto de pesquisa para o câncer. Nós fomos estreitando as possibilidades, até que começaram as atividades.  E foi a partir de uma vivência familiar que, como pesquisadora, tive a motivação para direcionar minhas pesquisas e estudos para essa área.

Conforme Daiane, no IPEC tem um aporte parecido com o oferecido pelo Instituto Karolinska. “E, ainda há a integração entre o instituto, hospital e universidade”. Esse conjunto proporciona o estudo aprofundado sobre o assunto. “Se não for feita a análise genética do paciente, não tem como saber. Hoje, nós temos com a covid-19 uma manifestação clínica variando desde assintomática até casos mais graves.

Queremos compreender quais os fatores genéticos que atuam nas diferentes formas de resposta imunológica de pessoa para pessoa.

Ou seja, porque uma pessoa idosa que contrai a doença é curada, enquanto outra mais nova morre da doença, por exemplo.

De acordo com a pesquisadora, só a partir dessa pesquisa será possível pensar em novas formas de tratamento. “A partir do momento que o pesquisador consegue diagnosticar fatores causais, conseguirá propor o desenvolvimento de novos medicamentos e estratégias de prevenção”.

DIFERENCIAL PARA O PAÍS

Conforme a geneticista Daiane Simão, o IPEC não perde em nada para os institutos de pesquisa de países de primeiro mundo.

A pesquisa, os equipamentos e os trabalhos feitos aqui trazem um diferencial para o Brasil. Tanto em estrutura física, quanto em qualidade e investimento em pessoas com experiencia e capacidade.

Ela acredita que o IPEC irá contribuir para a melhoria de qualidade de vida de perspectiva de tratamento e de diagnóstico no País. A pesquisadora observa que o Brasil tem uma população com uma diversidade genética muito grande. “Assim, carecemos de centros de pesquisa que atuem na investigação da nossa diversidade para pensar em testes e diagnósticos, assim como pensar em tratamentos para nossa população”.

Localizado no bairro planejado ‘Cidade dos Lagos’, em Guarapuava, o Instituto está sendo considerado como um dos maiores e mais tecnológicos institutos de pesquisa do Brasil.

Lá atuam profissionais de medicina, biologia, biomedicina, farmácia e diversas outras áreas da saúde. A equipe iniciou estudos relacionados à análise genômica da população. Assim como os fatores de predisposição para algumas doenças, entre elas a covid-19.

No instituto serão desenvolvidas também pesquisas nas áreas de agricultura e agropecuária. E mais tarde, a pesquisadora coordenará uma equipe voltada para a pesquisa sobre o Alzheimer.

O Instituto de Pesquisa para o Câncer foi inaugurado neste ano para promover a pesquisa e desenvolvimento avançados e com alta tecnologia, atendendo cerca de 500 mil pessoas.

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Cristina Esteche

Jornalista

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