Relutei em não escrever sobre essa temática no Dia da Mulher, mas não tem como. Por mais que se fale sobre o tema, fora de 8 de Março, a violência de gênero em todas as esferas da sociedade se torna o ápice, principalmente, nos boletins policiais. É preciso encarar as realidades dolorosas que continuam a marcar a vida de muitas mulheres.
E aí reporto o caso recente em Guarapuava, onde uma menina de apenas 12 anos, que vendia geladinho para ter a própria renda, se tornou vítima de abuso por um empresário. Esse episódio lamentável mostra o retrato claro de como a violência contra as mulheres e meninas continua como uma grande ameaça. E ainda mais: como a luta por direitos ainda está longe de se tornar concluída.
Consegue imaginar uma criança à mercê da força animalesca de um ‘monstro’ que a ameaçou com um estilete, fez ameaças contra os pais dela e a abusou sexualmente? A atrocidade ocorreu na semana de 8 de Março, Dia da Mulher.
No sábado (8), vi muitas mulheres recebendo homenagens, ganhando presentes. Mas muito mais do que isso, esse dia vem novamente como um convite para repensar as desigualdades que ainda existem e as atitudes que precisam mudar. A luta por igualdade de gênero continua. São desafios como a violência doméstica, a disparidade salarial e a falta de representatividade. Por isso, o 8 de março, assim como os demais dias do ano, precisa ser também um dia para questionar e agir.
CAUSA NÃO É UNIFICADA
Além disso, é importante lembrar que o feminismo não é uma causa unificada. Mulheres negras, indígenas, trans e de diferentes realidades merecem ser ouvidas. O movimento feminista deve ser inclusivo e abraçar a diversidade de experiências, pois só assim ele será realmente transformador.
E, principalmente: a luta pela igualdade de gênero não é responsabilidade apenas das mulheres. Os homens também têm um papel fundamental, seja no combate à violência, seja na promoção de ambientes mais justos no trabalho e em casa. Que deixem de ser agressores para se tornarem adeptos da causa. Portanto, necessário se faz que haja mais e maior comprometimento, com ações reais que promovam um mundo mais igualitário todos os dias do ano.
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