22/08/2023
Economia

Aumenta número de desempregados que buscam trabalho temporário

Os desempregados estão liderando a busca por um emprego temporário neste final de ano, aponta pesquisa sobre trabalho temporário da Vagas.com. Segundo o levantamento, 66% das pessoas que buscam uma vaga de emprego no final do ano estão fora do mercado de trabalho. No ano passado, o índice era de 55%.

Caiu a participação de quem trabalha meio período ou integral e procura por um emprego temporário. Os que trabalhavam em tempo integral eram 20% no ano passado e neste ano são 6%. O grupo que atua em meio período era de 14% e agora é de 7%. Quem nunca trabalhou chega a 21% neste ano ante 11% no ano passado.

"Isso mostra que essa parcela foi afetada diretamente pela crise econômica. Há muito mais gente à procura de uma oportunidade. O emprego temporário deixou de ser visto como alternativa de renda complementar para ser uma real chance de trabalho, de retorno ao mercado de trabalho", conta Rafael Urbano, coordenador da pesquisa na VAGAS.com.

Segundo pesquisa da Federação Nacional dos Sindicatos das Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt) e do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra e de Trabalho Temporário no Estado de São Paulo (Sindeprestem), 105 mil temporários devem ser contratados no Brasil até o final do ano, o que representa uma retração de 35% na comparação com 2014, quando foram mais de 163 mil vagas.

O levantamento foi realizado de 29 de setembro a 5 de outubro por meio da base de currículos cadastrados no portal Vagas.com. Dos 1.133 respondentes, 52% são homens e 48% mulheres, com idade média de 26 anos, 71% pertencentes à região Sudeste e 85% ocupando cargos operacionais.

Mais interessados em vagas temporárias

O estudo mostra que vem aumentando o interesse pelo trabalho temporário a cada ano. Do total de respondentes, 70% pretendem realizar algum trabalho temporário neste final de ano. No ano passado, o índice era de 67% e, em 2013 foi de 60%.

Dos que estão interessados no trabalho temporário, 34% informaram que esta será sua primeira chance de emprego e que pretendem ganhar R$ 1.162 por mês.

Entre os 70% que buscam uma vaga temporária neste ano, 28% pretendem conseguir uma nova oportunidade de trabalho, 24% pretendem ganhar experiência profissional, 16% querem se recolocar no mercado, 13% querem pagar os estudos, 9% querem pagar dívidas com a renda extra, 4% querem poupar dinheiro, 3% querem juntar dinheiro, 2% querem aproveitar a oportunidade para mudar de emprego e 2% por outros motivos.

A pesquisa separou, por faixa etária, as intenções de cada grupo com a atividade temporária de final de ano. Conseguir uma nova oportunidade de trabalho é desejo do grupo de 26 a 30 anos e 41 anos ou mais; ganhar experiência profissional é prioridade para quem tem entre 14 a 19 anos; aproveitar para se recolocar no mercado de trabalho é importante para as faixas de 26 a 30 anos, 31 a 35 e 41 anos ou mais; pagar os estudos é primordial para os jovens de 14 a 25 anos.

Para aqueles que não querem realizar algum tipo de atividade temporária (29%), os motivos que prevaleceram para a escolha foram: prefere emprego fixo (65%), não consegue conciliar com outro trabalho (15%), não tem interesse (12%), está satisfeito com a carga atual de trabalho (2%), está satisfeito com a remuneração (2%) e outros (6%).

Entre as áreas de maior interesse dos candidatos que pleiteiam um emprego temporário, aparecem na preferência: comércio e varejo, serviços auxiliares, e atividades de informática.

Dívidas prioritárias: contas básicas e estudo

Da massa que busca o emprego temporário para quitar dívidas (9%), as contas de casa (como água, luz e aluguel), aparecem como prioridade de quitação, com 50% de preferência.

O cartão de crédito, que era vilão dos gastos no ano passado, aparece logo na sequência dos débitos, com 41%. A importância com o pagamento dos estudos também aumentou em relação ao ano passado: saltou de 29% para 40% neste ano. Quitar débitos em carnês é desejo de 21%. Despesas com saúde aparecem na sequência, com 18% das intenções. O financiamento do carro soma 15% e as demais despesas com veículo, 12%. Com 8%, o cheque especial vem logo depois. O financiamento da casa é prioridade para 6% e, em último lugar, o cheque pré-datado, com 1%.

Cristina Esteche

Jornalista

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