Do site da Veja
Curitiba – O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro não terá transmissão ao vivo, mas seu conteúdo, na íntegra, será disponibilizado no sistema eletrônico da Justiça Federal logo após a audiência, como costuma acontecer com todos as oitivas da Operação Lava Jato.
A expectativa é de que o vídeo seja liberado dentro de meia a uma hora depois de concluído o interrogatório, que começou às 14h. O acesso à gravação é público por decisão do próprio Moro de dar publicidade aos atos da Lava Jato.
A gravação do depoimento será feita por servidores da própria Justiça Federal, conforme é padrão nos depoimentos de testemunhas e réus nos tribunais do Paraná: uma câmera ficará focada no réu e outra, mais aberta, dará uma visão panorâmica da sala.
A defesa de Lula tentou, sem sucesso, fazer com que uma equipe contratada pelo petista gravasse o depoimento, mas teve o pedido negado – primeiro, por Moro; depois pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O petista também queria que não houvesse a câmera exclusiva focada nele por entender que a situação o deixaria em posição subalterna. O pedido também foi negado.
Na sala, além de Moro e Lula, estarão advogados do petista, defensores de outros réus envolvidos no processo, membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e procuradores do Ministério Público Federal. O depoimento deve durar cerca de uma hora e meia, segundo expectativa dos advogados de Lula. Moro proibiu os participantes da audiência de entrarem na sala com celulares para evitar vazamentos à imprensa.
Durante a oitiva, o ex-presidente responderá a perguntas não apenas de Moro, mas também de procuradores do MPF e advogados de defesa – os seus e os dos outros acusados. Como réu, Lula tem direito a ficar em silêncio e não é obrigado a responder às perguntas.
Lula é acusado pelo Ministério Público Federal dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter sido beneficiado com propinas de 3,7 milhões de reais da OAS no caso do tríplex do Guarujá e 1,3 milhão de reais no armazenamento de seu acervo presidencial. A defesa nega as acusações.