O Paraná teve um aumento de 13% nos casos de mulheres assassinadas no primeiro semestre de 2020. Em Guarapuava, a divulgação dos homicídios dolosos é feita junto aos feminicídios. Assim, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, 12 pessoas foram vítimas do crime. O número é relativo aos três primeiros meses do ano. Entretanto, conforme o mesmo relatório da Sesp, não houve nenhum feminicídio no período.
No entanto é importante relembrar de um caso recente, uma adolescente foi morta em março deste ano. Ela desapareceu no dia 7 de março em Guarapuava. Porém, a PM localizou o corpo em uma estrada rural em Candói no dia 2 de abril. O caso da adolescente de 13 anos tem dois homens suspeitos presos. Um deles, um autônomo que tinha um quiosque de espetinhos na Praça Cleve. Ele se entregou à polícia.
OUTROS CASOS
Em 2019, a Polícia Militar registrou o feminicídio de Universinda, a Versa. O ex-marido matou a mulher a tiros em Guarapuava. O crime ocorreu na rua Camilo Mendes, no bairro Industrial. De acordo com a Polícia Militar, o filho da vítima de 19 anos, informou que a mãe Versa Abreu teve uma discussão com o ex-marido, Vilson Pires Piedade de 46 anos, e que conteve o homem que tentou agredir a mulher.
Conforme relato do rapaz na época, Vilson foi então até a caminhonete Ford Ranger Preta, pegou uma arma e fez vários disparos contra a ex-mulher.
Uma mulher foi morta a golpes de faca em setembro de 2019. O assassinato ocorreu no distrito de Palmeirinha em Guarapuava. Camila Aparecida Ferreira, de 22 anos é a vítima. Na época, populares avisaram que havia uma mulher caída na rodovia. Então, informaram que um homem a agrediu e depois fugiu em um carro branco.
Apesar de não estar nos números divulgados pela Sesp, por ter ocorrido em agosto de 2020, uma mulher foi brutalmente assassinada em Guarapuava. A vítima tinha 25 anos. Três homens teriam a matado com tiros em uma casa na rua Dos Pedreiros, no Residencial 2000.
De acordo com a PM, uma denúncia informou que três homens teriam invadido uma casa e disparado várias vezes e depois fugido. Desse modo, os policiais encontraram no local, a mãe da vítima que confirmou a versão da denúncia. Ela afirmou que os homens invadiram a casa encapuzados e atiraram contra a jovem.
CASO FRANCIELY
Arildo Maron, ex-marido assassinou a professora Franciely Tavares de 33 anos, a tiros perto do trevo principal de acesso a Pinhão. O fato ocorreu por volta das 12h do dia 22 de outubro de 2019. De acordo com informações, Franciely trafegava na rotatória que dá acesso à PR-170, quando atiraram no carro em que ela estava. A professora retornava do trabalho para casa na Vila Baggio.
PARANÁ
De acordo com o G1, no Paraná ocorreram 118 homicídios dolosos de mulheres de janeiro a julho. Assim, são 14 a mais do que os 104 registrados no mesmo período de 2019. O governo estadual divulgou os dados. Apenas nos três primeiros meses do ano, 23 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado.
Até o mês de junho, a polícia classificou 38 crimes como feminicídio. No mesmo período do ano passado, havia 45 casos. Feminicídio é um termo de crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou em aversão ao gênero da vítima.
BRASIL
No Brasil, o número de mulheres mortas em crimes violentos aumentou 2%. Nos primeiros seis meses de 2020, 1.890 mulheres foram mortas. De acordo com reportagem do G1, as mulheres negras são as maiores vítimas do crime no país no primeiro semestre deste ano. Os dados apontam cerca de 75%.
Mais de um terço dos estados brasileiros não divulga a raça das mulheres. Assim, dos 889 homicídios com a raça informada, 650, ou seja, 73% foram cometidos contra mulheres negras.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Em Guarapuava, a Polícia Militar registrou nos primeiros quatro meses de 2020, 250 ocorrências de violência doméstica. Assim, apontando um aumento de 13% em relação ao ano passado, quando foram atendidas 218 vítimas no mesmo período.
Além disso, no período de isolamento social, comparado com o mesmo do ano passado, de 18 de março a 18 de maio, o aumento do registro de ocorrências de violência contra as mulheres na PM, foi de 25%. É importante ressaltar que comparando com os 60 dias que antecederam o isolamento social, a polícia registrou aumento de 20,4%.
Em Guarapuava, a Patrulha Maria da Penha monitora as mulheres com medidas protetivas e segue os protocolos da Polícia Militar. A cidade também conta com uma Casa Abrigo que acolhe mulheres em risco iminente de morte, com o Centro de Referência e Atendimento à Mulher em situação de violência (CRAM). Além da Delegacia da Mulher para o requerimento de medidas protetivas e o Poder Judiciário para a concessão de medidas protetivas.
Além disso, em julho deste ano, a Secretaria de Segurança agilizou o atendimento às vítimas de violência doméstica, com a implantação de um sistema de Boletim de Ocorrência on-line.
A Sesp informou que em junho deste ano, foram 5.927 boletins confeccionados, 14,44% a menos que o mesmo período do ano passado. Um dos fatores atribuídos à diminuição expressiva é a tese de subnotificação dos casos de violência doméstica durante a pandemia. Portanto, o boletim on-line está disponível no site da Delegacia Eletrônica da Polícia Civil.
Assim, as mulheres acima de 18 anos podem registrar denúncias pela ferramenta. Dessa maneira, as vítimas dos 399 municípios do Paraná podem denunciar.
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