22/08/2023
Guarapuava Segurança

Caso Tatiane: Manvailer pode ser ouvido em audiência desta semana

Nesta quarta (20), testemunha de defesa falará por carta precatória no Espírito Santo. Se a oitiva ocorrer, Manvailer poderá falar na quinta feira (21), em audiência no Fórum de Guarapuava

manvailer

Esta semana, novas audiências sobre o caso que investiga a morte da advogada guarapuavana Tatiane Spitzner ocorrem em dois estados brasileiros. Nesta quarta feira (20), às 13h, a testemunha de defesa Roberta Kelly Alves da Silva deverá ser ouvida pela juíza Elaine Cristine de Carvalho Miranda ou ainda por Felipe Rocha Silveira, em São Mateus, no Espírito Santo.

Audiências do caso Tatiane em dezembro de 2018 no Fórum de Guarapuava (Foto: Amanda Pieta/RSN)

A testemunha era vizinha do casal Tatiane Spitzner e Luís Felipe Manvailer, no edifício em que moravam, no Centro de Guarapuava. Os advogados Gustavo Britta Scandelari, auxiliar de acusação, e Renan Pacheco Canto, de defesa, acompanharão a audiência de carta precatória, procedimento feito quando a testemunha chamada para depor pertence a outra Comarca, que não a de origem do processo, ou seja, fora de Guarapuava.

De acordo com a equipe de defesa de Manvailer, se a testemunha Roberta Kelly Alves da Silva der depoimento à Justiça hoje no Espírito Santo, a audiência desta quinta feira (21), quando o depoimento do réu é esperado, será mantida. Caso a testemunha não fale hoje, o cenário pode mudar.

“Ele não foi ouvido na ocasião pelo fato de que ainda não haviam esgotadas as oitivas de testemunhas. Vencidas as oitivas o réu fala, é rito da lei. O acusado precisa conhecer a acusação por completo e só assim falar. Então agora, encerradas as testemunhas o processo segue com o interrogatório do Manvailer”, disse a assessoria dos advogados de defesa, referindo-se as audiências de dezembro de 2018, quando o réu apenas ouviu as testemunhas arroladas por defesa e acusação, mas não falou à juíza Paola Mancini, responsável pelo caso.

Manvailer, em audiência de instrução, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado. Ele foi preso horas após a morte de Tatiane (Imagem: Reprodução)

De acordo com o advogado auxiliar de acusação, Gustavo Britta Scandelari, embora na audiência de quinta feira (21) a previsão seja de que apenas Manvailer seja ouvido, segundo o profissional, o réu ainda poderá não se manifestar. “Acho que ele falará mas é a defesa quem decide”, disse.

Segundo os advogados, após o depoimento do acusado, o processo terá abertura de prazo para alegações finais de defesa e acusação. Posteriormente, a juíza Paola Mancini decidirá se o réu vai a Júri Popular (decisão pela pronúncia) ou não (decisão pela impronúncia).

Para a promotora Dúnia Serpa Rampazzo, do Ministério Público (MP) da Comarca de Guarapuava e que faz a acusação do caso, todos os detalhes das audiência já estão ajustados.

“A expectativa do Ministério Público é de que ele vá a Júri popular, seja pronunciado, considerando a existência das provas de materialidade e autoria dos fatos contidos no processo. Então, a expectativa do Ministério Público é que a sentença seja de pronúncia e que ele seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri”.

Tatiane Spitzner morreu na madrugada do dia 22 de julho, após sofrer uma queda da sacada do apartamento em que o casal morava. Laudos do Instituto Médico Legal (IML) apontaram a causa da morte de Tatiane por asfixia mecânica. Manvailer foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado, fraude processual, cárcere privado e por causar intenso sofrimento físico e psíquico na vítima. Ele está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) há 7 meses e 27 dias.

Cristina Esteche

Jornalista

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