22/08/2023


Guarapuava Segurança

Júri de Manvailer pode ter vídeos que causaram abandono do plenário

Defesa afirma que vídeos estão anexados ao processo. Acusação disse que os advogados do réu preso "talvez tenham optado por obedecer a ordem judicial"

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Manvailer durante entrevista à Rede Record (Foto: Reprodução/Domingo Espetacular)

Faltando cinco dias para o julgamento de Luis Felipe Manvailer, as equipes de defesa e acusação já se preparam para a sessão. O júri popular teve adiamento decretado no dia 10 de fevereiro, quando a defesa do réu preso abandonou o plenário. Porém, para 4 de maio, data redefinida, um advogado dativo teve nomeação pela Justiça. Desse modo, o julgamento não pode ser cancelado caso haja novo abandono.

Assim, a defesa afirmou que trará novidades e que os vídeos não exibidos na última sessão estão anexados ao processo. Além disso, Rodrigo Crema deve ser ouvido desta vez. Ele não esteve no plenário em 10 de fevereiro pois estava em viagem. A acusação explicou que os advogados de Manvailer deveriam ter juntado os vídeos ao Projudi antes da sessão anterior. Com o abandono e adiamento da sessão, abriu-se a possibilidade para juntassem esses vídeos.

“Como já juntaram dezenas de vídeos aos autos nos últimos dias, acredito que sejam aqueles vídeos que deveriam ter juntado antes. Em resumo: talvez tenham optado por obedecer a ordem judicial para a próxima sessão”. Além disso, a acusação disse que a expectativa é de que haja condenação a uma pena alta. Sobre as possibilidades de novas “manobras” da defesa, os advogados da família Spitzner afirmou que “sempre há a possibilidade, mas desta vez é menor”.

Por fim, até a publicação desta reportagem a defesa do réu preso não se manifestou sobre a expectativa para o julgamento.

CASO MANVAILER

Após ser cancelado no último dia 10 de fevereiro, em decorrência do abandono do plenário por parte dos advogados do réu preso, a nova data para o júri popular de Luis Felipe Manvailer ficou fixada em 4 maio. Um impasse entre defesa e acusação sobre a exibição de imagens, teria motivado o abandono. Apenas uma testemunha prestou depoimento.

O julgamento de Luis Felipe Manvailer, preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) desde o dia seguinte da morte da advogada Tatiane Spitzner, chegou a ser considerado um dos maiores da década no Brasil por conta da complexidade. Pesa sobre ele, o crime de feminicídio com qualificação de morte mediante asfixia e meio cruel, além de fraude processual. A morte ocorreu na madrugada de 22 de julho de 2018.

Conforme imagens de câmeras de segurança, após a queda do corpo do quarto andar do prédio onde o casal morava, Luis Felipe recolheu o corpo da mulher, limpou marcas de sangue do elevador e fugiu, momento antes da chegada da polícia.

MANOBRAS

A primeira data fixada para o júri de Luis Felipe foi em 4 e 5 de dezembro de 2020. Porém, no dia 2 de dezembro, um dos advogados de defesa do réu testou positivo para a covid-19. Assim, houve o adiamento do julgamento. Depois disso, a data sugerida foi 25 de janeiro. Entretanto houve incompatibilidade de disponibilidade entre defesa e acusação. E então a nova data definida ficou 10 de fevereiro.

Assim, no dia 9 de fevereiro, um dia antes do julgamento, a defesa tentou nova manobra para adiamento. Na ocasião, os advogados afirmaram que o acusado e defesa estavam sendo alvos de discursos de ódio. Eles afirmaram que a comunidade e a imprensa local estavam comovidos. Além disso, destacaram uma fala dos advogados de Tatiane após mulheres se apresentarem em defesa de Manvailer. Por fim, a data segue fixada para o dia 4 de maio.

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Cristina Esteche

Jornalista

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