22/08/2023
Brasil Saúde

Câncer infantil pode ter cura efetiva no Brasil

imagem-118009

São Paulo – No mês de conscientização do câncer infantojuvenil, Setembro Dourado, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) alerta que a doença é a segunda causa de morte na faixa etária entre 1 e 19 anos, perdendo apenas para causas externas como acidentes e violência. O tratamento vai muito além do papel dos hospitais. É preciso um atendimento que atenda a criança na sua necessidade biopsicossocial. Para isto, a importância do empenho de diversos setores que trabalhem juntos em prol de uma causa deve ser priozada. De acordo com índices, 70% das crianças são curadas quando são diagnosticadas a tempo e tratadas em centros especializados. O Brasil possui uma taxa de cura em torno de 50% dos casos, distante de países como Estados Unidos, cuja a taxa de cura é de 80%.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 12 mil novos diagnósticos de câncer infantil surgem a cada ano, com pico de incidência na faixa de quatro a cinco anos, e um segundo pico entre 16 e 18 anos. Os tipos de câncer infantil mais comuns são as leucemias, depois tumor o sistema nervoso central (conhecido como cerebral) e linfomas (câncer dos gânglios linfáticos). O Brasil, por ser um país continental, tem dificuldades de acesso a todos os lugares. A capacidade de atendimento da unidade de tratamento deve ser adequada para atender as demandas das crianças com câncer.

O Ministério da Saúde vem implementando redes de linha de cuidado desde a Atenção Básica até a alta complexidade, porque assim que ocorrer a suspeita, o médico terá condições de conduzir o tratamento e indicar quais exames deverão ser feitos para confirmar o diagnóstico e para onde encaminhar o paciente ou seja, quais centros estão habilitados para receber pacientes desse porte, como proceder e também como chegar a um diagnóstico definitivo. Se há suspeita, deve ser encaminhado para essa rede que, construída via Ministério da Saúde e secretarias estaduais de saúde, fluirá melhor, já que o câncer infantil tem uma manifestação clínica muito rápida.

A oncologista pediátrica Teresa Fonseca, presidente do SOBOPE, aponta como exemplo, o tipo de câncer com maior dificuldade de diagnóstico, o tumor cerebral, devido a falta de acesso adequado a tomografia e se há menos diagnóstico é porque há maior dificuldade de acesso a exames, por isso, no Brasil é difícil mapear concretamente o câncer infantojuvenil. O profissional de saúde que atende uma criança com câncer deve estender esse tratamento a toda família já o câncer infantil é um câncer familiar e não de um indivíduo apenas. Teresa ainda ressalta que há uma necessidade de mapear o real atendimento da criança com suspeita e diagnóstico de câncer no nosso país. 

“A sociedade civil organizada tem um papel fundamental de dar apoio psicológico, principalmente aos que estão em outra cidade para o tratamento, acolhimento da família e criança, se ela se sente desamparada, o tratamento é facilmente abandonado e a criança vai a óbito”, ressalta a oncologista pediátrica.

A luta pelo câncer infantojuvenil é de todos, governantes de todas as esferas, pais, educadores, profissionais da saúde, voluntários, cidadãos, assim quanto mais informações sobre a doença for disseminada na sociedade e cada um assumir o papel de promoção pela cura, alcançaremos a meta, pois não há prêmio melhor do que uma criança curada.

SOBRE A SOBOPE

A SOBOPE que tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infanto-juvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento, também atua na base de fortalecimento e implementação de diretrizes científicas nacionais e internacionais dentro da nutrição para reforçar a importância e viabilizar o melhor tratamento a todos os pacientes. Além disso, implementa o desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da oncologia pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico da área em âmbito multiprofissional.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.