22/08/2023
Economia

IBGE mostra avanço de 1,1% na produção industrial paranaense

A produção da indústria do Paraná avançou 1,1% na passagem de abril para maio de 2014. No país, houve retração média de 0,2%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional – Produção Física (PIM-PF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse resultado, a indústria paranaense eliminou parte da perda de 2,6% no acumulado do período março-abril. Dos 14 locais pesquisados no País, sete apresentaram retração neste tipo de comparação. 

Os ramos que influenciaram positivamente no Estado foram fabricação de máquinas e equipamentos, produtos químicos, petróleo e biocombustíveis e alimentos. 

Na comparação de maio de 2014 com maio de 2013, o setor industrial paranaense apontou recuo de 3,7%. No Brasil houve contração de 3,2%, com retração em oito dos 14 locais pesquisados. Neste indicador, os setores que afetaram o desempenho da indústria no Estado foram veículos automotores, reboques e carrocerias, que apresentou redução de 20,5%, pressionado, especialmente, pela menor produção de automóveis, caminhões e veículos para transporte e mercadorias. Também foi registrado recuo em produtos alimentícios (menos 8,%), explicados pela menor produção de tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração de óleo de soja, bombons e chocolate em barras contendo cacau, carnes e miudezas de aves congeladas, rações e outras preparações utilizadas na alimentação de animais e óleo de soja refinado. 

Outros setores que apresentaram retração foram produtos de metal (com menos 7,2%), devido a menor produção de estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas, artefatos diversos de ferro e aço estampado, torres e pórticos de ferro e aço e esquadrias de alumínio; produtos de madeira (-6,7%), derivado da redução na fabricação de painéis de fibra de madeira emadeira densificada (MDF); celulose, papel e produtos de papel (-5,2%), explicado pela menor produção de fraldas descartáveis e papel-cartão ou cartolina de outros tipos. 

Já no sentido oposto, o setor de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis aumentou 15,5%, exercendo a contribuição positiva mais importante sobre o total da indústria paranaense, impulsionado principalmente pela maior produção de álcool e óleos combustíveis. 

CINCO MESES

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2014, a indústria do Paraná desacelerou 1,7%, ante redução de 1,6% na produção nacional. Dos treze setores pesquisados, sete diminuíram a produção, puxados por fabricação de veículos automotivos (-8,1%), produção de alimentos (-7,9%), móveis (-7,1%) e máquinas e equipamentos (-6,3%). 

DOZE MESES

No indicador acumulado de doze meses, encerrado em maio de 2014, a produção industrial regional, ao passar de 2,4% em abril para 1,9% em maio de 2014, manteve a trajetória descendente iniciada em fevereiro. 

As principais contribuições sobre a média global vieram dos setores de madeira (14,8%), minerais não-metálicos (11,1%), borracha e plástico (9,7%) e máquinas e equipamentos (9,5%). 

CONTÁGIO

Para o economista Francisco José Gouveia de Castro, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), os números desfavoráveis da produção industrial refletem a política econômica adotada pelo governo federal, a insegurança institucional e a expectativa negativa dos setores produtivos diante das baixas taxas de crescimento e da aceleração e generalização dos reajustes de preços no País. 

“A matriz produtiva paranaense mostra sinais de contágio da regressão da economia brasileira, especialmente em algumas atividades industriais. O setor mais emblemático desta situação é o automotivo, que passa por uma forte retração das vendas internas e aumento dos estoques nas fábricas e revendas”, afirma Castro. “Como consequência, as grandes montadoras vêm adotando medidas de corte de produção, suspensão temporária de contratos de trabalho, férias coletivas e programas de demissão voluntária”, diz ele.

Cristina Esteche

Jornalista

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